América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

28 de julho de 2008

Nº 173 INSTITUIDA A POLÍTICA … DÚBIA DA DOUTRINA, O SUFICIENTE FAZ AS VEZES DO ÓPTIMO. O SOFRÍVEL É SUPERIOR AO MAU. O PÉSSIMO SOBE AO BOM…

A dinâmica dos Estados, reconhecidos independentes, segue a trajectória: - 1) da ordem… 2) do favorecimento da orgânica ao bem estar público…3) da coerência nas Leis e correspondente controlo… 4) do estabelecimento de forças actuantes na harmonia interna e na sustentabilidade de respeito, perante as imensuráveis ratices externas.

Destas quatro «Razões de Estado», a «Diplomacia», a actuar dentro e fora das fronteiras, estende os binóculos às cautelas nas politiquices das outras Nações. Acrescem os proveitos na rota do convívio entre povos entusiastas no progresso, avançados em ciência e técnica e, ainda dos reflexos nas influências partidárias que se comunicam e pretendem subir em igualização conjunta, mas se pulverizam na descida às receitas vivas e aptas a entrar nos canais de paga em moeda oficial.

A continuidade ou duração de tudo quanto obedece à física, é à física que cumpre dar as respostas com a indispensável colaboração - só colaboração –dos focos de luz, irradiados pela inteligência. A presença de «testemunho» no tira teimas de soluções referentes à física, não se descola das estremas de toda a «obra» - desde o planeamento, até ao edifício completo. As conclusões úteis e efectivas a quem mais vale no apuramento responsável, estão bem especificados na tabuada e nos teoremas,

Na nossa era de « ideais + ISMOS», são distribuídas verbas extra-orçadas, na compra de votos, ou extinção de embates de relações sociais, antes de averiguar os valores que entrarão no «Depósito dos Tributários». É a acreditação da «ideia» possuir a duplicidade de preencher o vertido no princípio falacioso da intenção, por importâncias espremidas do bolso do vulgar pagante por outros, também vulgares, mas já assumidos gerentes da «coisa pública», por legal nomeação partidária.

Ao Estado, é-lhe atribuída a humilde obediência de tesoureiro público, em delimitado posto, riscado no chão, pelos pretendentes a governos transitários de mercas, trocas e o mais permitido em negócios e misturas..

Não vá atrever-se a exceder a função de simples pagador com obrigação de nunca esvaziar reservas para obedecer aos «programas» dos partidos mandantes. Porque, dentro dos «novos regulamentos, se os compêndios de instrução partidária aceitam diálogos, estes já foram completados entre os companheiros de equipa, aliás com absoluta concordância, antes e depois de passagem de uma vista de olhos, aos textos desses livrinhos reguladores.

O que destoa das promessas inflamadas na premunição discursiva, recai no malogro da qualidade do catálogo, restrito a uma «parte» - pois que são partidos - da sociedade em geral que terá de submeter-se às modificações de uns tantos cidadãos, para a totalidade deles.

Leis e decretos, saem disparados durante a legislatura, mas no terreno, ficam depositados efeitos demolidores, a requererem nova revisão da realidade. É natural que assim aconteça, quando ao responsável maior, mais sobrecarregado de despesas lhe é retirado o rol das maleitas por ordem decrescente e dos correspondentes medicamentos para a cura geral e igualitária.

A intercalação de objectivos parciais, quando se discutem correcções comuns, será despender o tempo de governação, numa maior fatia para acertar um prato da balança quebrada e outra pequena, no fiel da báscula/- Cidadão.

Embora a política se esteja a fundamentar na luta pelo poder, não é ela, as mais das vezes, a resolver a «harmonia» dentro de um Povo», ou a indispensável reciprocidade dos Povos e suas necessidades e ambições.

Conquanto o seu fito seja a Paz, o frenesi de a alcançar à paulada grossa ou chicote fino, leva a seguir meios que reacendem a desavença interna, podendo agravar o relacionamento externo.

O escopro, o martelo e até mesmo a pólvora, terão princípio na construção de «caboucos», mas não servem aos detalhes da arte, e das hipóteses de a esculpir. O processo para atingir paz e mérito, exige «mão de mestre», retoque em paciente concepção e pena afiada na descrição do perfeito.

As sinuosidades da política, atraíram a atenção dos recreios da filosofia, pela circunstância de ser posta em jogo, por fraquetes e valentes, desastrosos e afinadores, temerários e conscientes, megalómanos e sabedores.

O sempre ignorado na política, se bem que afinado no tom uniforme do diapasão universal, só começou a ser posto em evidência, com fins científicos, pela subtileza de Aristóteles. Assim se vislumbra a aparência fácil e superficial, ser mais profunda e exigente, se transportada à orgânica administrativa.

A validade política, relaciona-se na conquista da autoridade e a textura para a exercer. É, por muito «barato» que se pense, um percurso complexo.

A engenharia terá de acertar muitos cálculos para diminuir as fossas no caminho e suavizar a lonjura para alcance dos objectivos. Gasta trabalho, paciência e afinco ao estudo.

Mas não se fica por aqui o complemento de política… A luta pelo título, será a parte mais facilitada na obtenção do diploma. Trocadilhos da verdade, indulgências pelos erros, deslealdades, armas, explosivos, resolvem sem marcar distâncias. E, só há flores, abraços de amigos e vivórios na festa das tomadas de posse.

Vencer dá prestígio. Boa ou má vitória. Vencer…faz heróis. Bons ou maus finalistas.

A definição aparecerá mais tarde. O lucro é atraente. Venha donde vier. Enquanto a circulação fiduciária, mantiver o ritmo de compras, vendas, trocas, caridades, subsídios e o mais que tape carências nas sociedades, o êxito faz sentido e seduz a multidão …

O futuro está longe… Não vale pensar diferente do «agora»… A festa está bem parecida e promete continuar… Os tambores já não rufam a avisar a calamidade da guerra. Goze-se a Paz e o bem estar do presente. Viva a Política e a revolução.

Mas os rumores de que este acabado de descrever «éden» político e revolucionário, não representava a realidade, estão a crescer e a virar a face do «agora», receando-lhe consequências previstas em relatórios de bons conselheiros. O que «ontem» legislava seguro para longa duração, em acordo com o idealizado na liberdade de expressão, começa a dar mostra de fraqueza perante a obrigatoriedade de pagamento em impressos na «Casa da Moeda».

Até próximo.

21 de julho de 2008

Nº 172 SOCORRO OU MASSACRE AOS MAIS FRACOS…DAR…TIRAR… A FOGUEIRA RASA A ECONOMIA… ÁFRICA, ARDE E SOFRE…

A prestação do sentimento de «humanidade», dar ao pensamento a força misteriosa de prestar ajuda a todo o filamento quebradiço, emocional ou muscular, é uma das coordenações da afabilidade e seu complemento – o civismo – abrangente da diversificação das emoções .

A origem animal do «Homem e da Mulher», foi o princípio e a persistência na moldagem dos sentidos para o embelezamento do globo terrestre e restantes co-habitantes, pois que ambos, com naturalidade se completam e, de mãos dadas, encaminharam o êxito ao progresso,

A autêntica façanha de alcançar o domínio pessoal, se bem que não na totalidade, e espelhá-lo ao semelhante, abriu a caminhada no melhor sentido do civilizável e quebrou, em parte, o egoísmo atroz da animalidade.

Terá sido esse atenuante, a base principal da inevitável convivência entre os animais, que se contentam em satisfazer a necessidade de comer e não atingem a extinção do que acabou de servir de repasto. É a Natureza cautelar dos benefícios que, de mistura com as rusticidade, semeia na inteligência estudante com a outra, a enquadrada na ideia volúvel e no instintivo entrevado.

As colaborações de formatos diferentes ou certas regras que, por momentos, aparentam desavença, e, de repente se transferem em defesa mútua, activam o desejo de firmar deveres, nos miríades contornos do valimento real.

A «central» defensiva e ideológica do Humano, nasceu implantada na parte superior do corpo, para alargar o espaço vivo, desanuviando o horizonte, amplificando a amplidão acessível â vista e ao entendimento.

Dali se olha, vê e sente, onde se amontoam e murmurejam os perigos reais aos planos do raciocínio e os capazes de destruir a massa conjunta do apoucado físico de luta corpo a corpo. Tem como principal finalidade, o prolongamento maior da civilização e suas repercutições na imensidade dos requisitos humanos.

Mas a instalação sensitiva da educação, muito afim com o aprendido no exemplo, não se esmera ao perfeito e deixa lacunas não aprovadas na tribuna da coerência e no invento de seguir regras, condutoras do bem e evitar as que conduzem ao mal.

Temos presente, as antigas Províncias Ultramarinas.

Um desfecho, nada condizente com as determinações da História.

Desvio de rumo, aos «deslizes amigáveis» entre Nações, aos evidentes embustes em sociedades, à economia aumentativa ou redutora e correspondente valência das dimensões. Demasiado afastados de conhecimentos políticos e administrativos, focados nos sentimentos humanos, criados e mantidos dentro do espírito de união dos cidadãos e sua necessidade do fortalecimento dos proclamados direitos na existência pacífica, altruísta e perseverante no respeito aos verdadeiros interesses do Povo… ou dos Povos…;

Trata-se, tão somente, do reviralho medido e calculado, de mentes insatisfeitas, envolvidas em sentimentos emaranhados no endereço da consciência e da moral, pretendendo à viva força subir a preponderância do prestígio, intrometendo-se na aventura da deslealdade, em tudo que lhe faça frente como meio de fazer sobressair a importância egocêntrica, mesmo abjurando o patriotismo jurado para obter salário.

O comportamento dos homens e… das mulheres, varia de formato, cor, andamento, coragem, temor, entusiasmo, displicência e milhares de outras variantes, como a verdade e a sua contradita, sempre debaixo de fogo dos regulamentos expressos em parâmetros de medidas flexíveis à perfeição.

Uma, porém, se está isentando de compromissos com a generalidade, e se auto proclama independente do SIM e do NÃO, podendo aplicar as duas ao mesmo tempo, ou separadas com o significado que no momento desperte interesse – a Política. Visto haver interessados verdadeiros em recusar a ousadia, é possível seja promovido um «referendo» para aprovação da proposta. Aguardemos… porque ainda há Gente com a «caixa de observação» a que chamam « craniana», a servir de enfeite e posto de comando na parte superior do corpo…

Entretanto, renovamos o exemplo político, transcrito na nossa crónica nº 57. Documento interessante, como mostra do intricado e espantoso mexerico insensível dos idealismos, na altura centrado no novo Sol, nascido no secular húmus de miséria e sangue, assoprado e queimado nas estepes russas, mas ainda com alguma lenha a arder sem chama, no meio das cinzas.

Ao relê-lo, poderá apaziguar-se que o ódio não é solução para os problemas sociais ou políticos. Na Guiné, Angola e Moçambique, continuam os genocídios… Quem os originou, saboreia, regalado, em casa com a família… e bem remunerado… E não gostará de se falar em tais barbaridades… por estarem fora dessas melindrosas questões…

O mal feito, porém, continua a desbastar vidas… A propaganda ameniza, mas não o extingue… A verbosidade, é quem manda e faz desviar a tristeza…

«Estado de Angola

Repartição de Gabinete do Governo Geral

Luanda, aos 22 de Dezembro de 1974

Camarada Agostinho Neto

A FNLA e a UNITA, insistem na minha substituição por um revolucionário que lhe apare o jogo, o que a concretizar-se seria o desmoronamento do que arquitectamos no sentido de entregar o poder ao MPLA. Apoiam-se aqueles movimentos fantoches em brancos que pretendem perpetuar o execrando colonialismo e imperialismo português –o tal da Fé e do Império, o que é o mesmo que dizer, do Bafio da Sacristia e da exploração do Papa e dos Plutocratas.

Pretendem essas forças imperialistas contrariar os nossos acordos secretos de Praga, que o camarada Cunhal assinou em nome do PCP, a fim de que sob a égide do glorioso PC da URSS possamos estender o comunismo de Tânger ao Cabo e de Lisboa a Washington.

A implantação do MPLA em Angola é vital para apearmos o canalha MOBUTU, lacaio do imperialismo e nos apoderarmos da plataforma do Zaire.

Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano. Não dizia Fanon que o complexo de inferioridade, só se vence matando o colonizador? Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA, para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando, incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis, sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos, para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados estão à Terra esses cães exploradores brancos, que só o terror os fará fugir. O FNLA e a UNITA deixarão assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e de sua experiência militar. Desenraízem-nos de tal maneira que com a queda dos brancos se arruine toda a estrutura capitalista e se possa instaurar a nova sociedade socialista ou pelo menos se dificulte a reestruturação daquela.

Saudações revolucionárias

A Vitória é certa

Assinatura ..........................................................

António Alva Rosa Coutinho

Vice - Almirante

Aos golpes desleais de alguns dos seu filhos, Portugal caiu… Não sabemos para onde entrarão mais votos, se for junto aos já conhecidos «referendos», mais o acima proposto …se houver arremesso para ser realizado.

Os sinos, tangem … Alegres?... Tristes?...

O abandono, servilizou o acto ……

Até próximo.