América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

13 de fevereiro de 2011

Para Ti, Papá Basílio, 30 dias depois de nos deixares….

Querido Papá

Partiste muito depressa!
Na semana do Natal ao Ano Novo, deixaste de te alimentar, não sabíamos mais o que fazer por ti, até que resolvemos recorrer ao hospital para que tivesses melhoras…, mas tal não aconteceu. “Estavas velhinho”, e os teus 91 anos não te quiseram rejuvenescer. Partiste então sereno, e o teu coração foi-se apagando como se de uma velinha se tratasse. Foi então que em segredo e entre outras coisas, pedi-te para abraçares a Mamã e agora juntos, olhem pela família que construíram e que já têm muitas saudades a dobrar.

Quando a Mamã partiu, ficaste comigo, e confesso que tive algum receio, era-me impossível substituir a grande pessoa que era a tua mulher, mas iria proporcionar-te sempre conforto e bem estar.

Com a vida profissional que eu tenho, dizias sempre que primeiro era a obrigação, e depois a devoção, mas acho que soube cumprir bem o meu dever.

Também foi muito bom a tua total disponibilidade para aprenderes a usar o microondas, a arrumação das roupas, e todos os dias nos ponhas a mesa, com tudo direitinho, mas engraçado, esquecias-te sempre dos guardanapos, e era sempre uma risota ao início de cada refeição.

Tenho e certeza que te custou todos estes hábitos novos, pois a Mamã apaparicou-te 49 anos com mimos, e com verdade eu não tive outra alternativa senão pedir a tua ajuda.
Mas, como estamos todos nas mãos de Deus, os teus últimos 3 anos de vida foram muito mimados. Por motivos da minha saúde foste para as casas das outras tuas duas meninas, onde lá, além do conforto e bem estar, não te faltaram os tais mimos, pois as duas herdaram os dotes culinários da Mamã.

Tiveste uma vida com qualidade, sempre autónomo e consciente até ao fim. Nunca me deste trabalho com a tua saúde e as vezes que eu é que ficava doente, tentava disfarçar, para que não te preocupasses comigo.

Tiveste a alegria de teres visto crescer, três netos, duas netas e ainda a alegria imensa de teres visto e dado colo aos teus dois bisnetos, rapazes, que tu tanto gostavas, pois só tiveste 3 filhas.

Foste um Pai dedicado, muito exigente e rigoroso, ao contrário da Mamã, muito meiga, amiga e generosa, enfim, quero dizer que adorei ter-vos aos dois como Pais, pois hoje eu sou o reflexo, com muito orgulho, da educação que me deram, cheia de valores.

Papá, é a primeira vez na minha vida que te estou a tratar por “tu”, desculpa, mas é muito mais fácil e muito do meu feitio ser prática e objectiva, até a escrever. E ainda uma coisa muito importante, foste a única pessoa que até hoje e todos os dias me chamavas pelo meu verdadeiro nome,” Maria Beatriz”.

Já lá vão 30 dias, mas nunca vais sair do meu pensamento e acredita, a tua falta… está a fazer-me “Muita Falta”! Mas a recompensa da tua “Falta” faz-me feliz, acredito que foste para melhor, e escolheste partir na data que mais gosto e tem sido sempre o meu dia preferido, o meu dia de sorte, o dia 13.

Foste uma perda imensa no mundo dos livros e da sabedoria. Escreveste um livro, tinhas um blog e na internet navegavas como qualquer jovem. Também escreveste um livro sobre as Músicas do teu irmão, Sr. Tenente Francisco José Dias e outro livro sobre o Cedro do Mato pelo teu irmão, Manuel José Dias Jr. Tudo isto foi reconhecido pelos teus amigos, que nos acompanharam até agora, com pesar.

E nunca mais acabava de falar sobre ti, Papá….

Até um dia…

A filha que gosta muito de ti,
Maria Beatriz

19 de janeiro de 2011

“O meu avô”

O meu avô tem 91 anos
Anos de alegria
Alegria como também coragem
Coragem para fazer muita coisa.



Escreveu um livro
Livro com centenas de páginas
Páginas de sabedoria
Sabedoria que me inspira.








António Luís Ferreira Sousa
Setembro de 2010
Ponta Delgada

14 de janeiro de 2011

A vida é preciosa e saber vivê-la é coisa rara.

Basílio José Dias foi um homem que tanto fez e tão longe chegou. À sua maneira, soube apreciar a vida: alimentou-se do que quis, foi activo até ao fim dos seus dias, fazendo a sua ginástica diária e escrevendo grande parte do seu tempo. Tinha um computador portátil, um blogue e, até, uma conta no Facebook – ainda modernices para muitos com menos de metade da sua idade. Era, portanto, um homem admirável.

Dizem as filhas que nunca teve jeito para elas enquanto crianças, mas a nós, netos, sempre nos mimou imenso, fazendo-nos sentir vaidosos com os presentes que nos dava, poderosos com os conhecimentos que nos transmitia e capazes de tudo. Aos bisnetos, transmitiu uma amizade imensa, bonita de se ver e de sentir.

Foi sempre um homem sério, mas nunca lhe faltou o humor. As suas graças, muitas vezes ditas em rima, diziam grandes verdades e, prestando-se a devida atenção, davam respostas a muitos dos nossos problemas. Imensos foram os momentos em que fez rir a família e são esses que vão ficar na memória.

O seu grande amor era a família. Era enorme a sua alegria quando estava reunida e esforçava-se continuamente para que assim estivesse. A sua boa-disposição era contagiante e os seus olhos brilhavam de contentamento nos almoços familiares, que lhe davam grande prazer. Será, certamente, um ritual a manter.

Teve muitas histórias para contar: dos sítios por onde passou, dos trabalhos que teve, das pessoas que conheceu. Mas à sua maior história atribuo o título “Eu sou o homem mais feliz do Mundo” – porque viveu 91 anos de plena saúde, foi activo física e intelectualmente até aos últimos dias, era informado e dotado e uma grande inteligência, estava sempre pronto a ajudar quem precisava, teve o privilégio de ter casado com a mulher com o maior coração e a maior bondade que já se conheceu, teve três filhas imensamente dedicadas, cinco netos e dois bisnetos muito diferentes, mas, tal como ele, imensamente unidos e chegados à família. Tudo coisas que nem a mais avolumada soma de dinheiro consegue comprar.

O dom da escrita ficou comigo. Prometo-lhe seguir os seus passos, pois também a mim a escrita me faz sentir viva. E, se isso me permitir chegar à sua idade, olhar para trás e ver uma vida plena, então também eu serei a mulher mais feliz do Mundo!

Obrigada por toda a amizade!

Beijinho enorme da “[sua] neta mais nova”,
Márcia


Janeiro de 2011

13 de janeiro de 2011

1919 - 2011

6 de novembro de 2010

Nº 240 SE NÃO FOSSEM RAPAZES... NA INGENUIDADE DE QUEREREM SER GENTE…

Rapazes e... raparigas...
São plantas carregadas da fogosidade em bem-me-quer, onde pousa o pássaro fugidio, bem te vi, a avistar a benquerença. Mais que tudo, o verde esperançoso em entradas bem sucedidas. Amontoam a alegria a consumir na árdua jornada de atingir finalidade, a contento do esforço no trabalho... ou na cobiça expectante de louros e soberbos bens. Mas sempre, aos olhos fixos na primavera da vida, a confiança nos consertos sociais, garantes na dinâmica da razão.
O ramalhete florido da juventude, adorna a humanidade. O talento de julgar a título único ou colectivo, eleva e moraliza o bípede vertical. A cava para a semente, regozija a associação íntima do braço, da razão e da colheita, chegue esta inteira de valor consumível, quer truncada por passagem de tumultos ou dos gases de temperatura revolta, evoluindo ao tresmalho da ventania, neste solo arredondado...
A mocidade, assinala a evidência do Humano sobre o Humanóide. Na semelhança e nos estímulos. Mas não «suprime» a «fibra umbilical» das explosões temperamentais. A imprudência, sobreleva, a cada momento, a guarda do bem público. O humano, amiúde, regressa ao humanóide...
O recuo, porém, sendo de pouca dura, recebe a cruz do perdão, a anular o sangue vertido e a balbúrdia discursiva, herança da velhice antecedente. Não sai a «marca» inalterável da cicatriz... enquanto as cãs guardam, ciosamente, tudo quanto afirme respeitoso individualismo, superior à novidade desconhecida.
A moderação, é muito difícil de conservar, como se revê ao espelho. Erra, no preciso momento de evitar o erro. É a luta de sentimentos do moço que quer ser igual ao adulto, pretendente a sensato - o bem e o mal - no ringue subtil da disputa na arte de bem servir. Quando falta o «calo», no ganho da experiência, não esvoaça ao vento, galhardete do campeonato... Porventura, mais derrotas, que distinções honrosas...
Por essa singular verdade... SE NÃO FOSSEM RAPAZES... a sublevar a «tropa» em 1974, pegando fogo à paz interna... a que se têm integrado raparigas, desejosas de quererem aproveitar a ocasião e não ficarem à rectaguarda, retomando o governo do lar, Portugal, hoje, não estaria na porta do avião, para se lançar à sorte, com ou sem pára-quedas, das labaredas ateadas por lumes falseados de «actos de fé».
Motivo claro, para darmos continuidade ao final da anterior crónica, «batendo na tecla» comparativa: -
Se não fossem RAPAZES, a iniciar o reviralho de 1974, não se teria efectuado a destituição de «valores humanos» para colocar aprendizes - alguns de classe primária - em lugares de restabelecimento de directrizes ordenadas e metódicas, na reestrutura de complexos humanos.
NOTA: - Reorganizar uma instituição «organizada» por dezenas de anos em alternância produtiva, é tarefa de alta responsabilidade e sabedoria «quantificada», para não resultar danos de forte influência na conservação da unidade em causa.
A juventude, quer se inicie na idade do nascimento e siga o arco normal do encontro com o adulto, seja no período vacilante do senso, com o mesmo ponto de partida, quer na volúvel meta real ou imaginária, não se detém em todas as «cachimónias», em igual proporção para o desempenho de cargos de responsabilidade.
Para mandar, é preciso saber e para cingir louros, é necessário obedecer à virtude da audição.
A simbiose da juventude com o adulto, nas idades próprias, tornaria mais forte a sensatez do «Homem feito». A Fase da inconstância, característica da mocidade, todavia, se demora mais tempo do que o normal, endurece a fixação da ideia, que não sai além da criança.
E, então se pergunta, como poderia ser possível, entregar a «acriançados», a «reorganização», de instituições, razoavelmente «organizadas»?
O resultado não podia ser vantajoso. Como na realidade não foi...
A orçamentação dos dinheiros públicos, ficou em mãos políticas, expelindo as administrativas. A política, promete, em nome do candidato da «malta»... O administrador, faz contas, depois da benfeitoria do produto. Duas formas de limpar compromissos, mas só uma de branquear competências.
Por isso se repete: - SE NÂO FOSSEM RAPAZES, em 1974, a quererem endireitar o Mundo e Portugal em particular, não se estaria a decifrar a sucessão de Leis aos pedaços, destinadas a resolver parcelas de questões da vivência em sociedade, entupindo o funcionamento da Justiça, e da confiança, portadores da Paz...
Não se admitiriam ministros e legisladores que induzissem à proposição ao poder legislativo, de leis que os viessem a proteger das fraudes a borbulhar-lhes no instinto irreflectido, na idade imatura, a coberto do diploma... do lugar... ou da modernidade nas vestimentas. O desvairo legislativo, sem vislumbre de preparo em seu devido tempo, das normas da vivência em sociedade, compara-se a condutor sem instrução, só sabendo na ideia, termina embatendo nos descuidados semelhantes e no muro fatal da ignorância, onde as «parcas» abastecem os rituais fúnebres.
A desordenação apressada, do estatuído, premida por vozes partidárias, corrompe a eficiência das «leis» na finalidade a redigir. É por onde começa a perversão dos meios lícitos, queixume dos legisladores, mais afeitos à política do que à análise psicológica do surgido no Povo, Mestre no sofrimento dos açoites de quem não labora normas eficazes, reguladoras do esforço humano.
SE NÂO FOSSEM RAPAZES, a chamar a si, bons salários, a legislação que os aumentou «a OLHO», sem estudo prévio, não estaria, AGORA, a temer o abaixamento, de acordo com o PIB - Produto Interno Bruto - base da circulação Económica e Financeira do País - ou de qualquer outro que se preste a viver.
A mecanizada passagem dos malvistos salários baixos, da OUTRA SENHORA, administrada no ESTADO NOVO, para os actuais melhor condizentes, com as necessidades humanas, têm história para contar.
Da Monarquia à República, a reacção a mudanças no xadrez político, revelou desamarras nas mais diversas repartições administrativas. Como os dinheiros públicos não eram muitos, após 16 anos de praticantes na governação, estava aberto o «buraco negro» para a entrada livre do fracasso. Chegou, ainda a tempo, o 28 de Maio de 1926, a travar a queda, de feição desastrosa.
Misturando defeitos com aperfeiçoamentos, o tal ESTADO NOVO, até 1974, encontrou forma de desfazer o corroído e amealhar o possível para enfrentar as emergências previstas na evolução científica e na conservação média do poder de compra das famílias no comércio, contributo da escolha na liberdade.
Nesta última data, contudo, «rapazes» descontentes dos «baixos» salários no fim do mês, embora harmonizados com o Produto Interno Bruto, promoveram outra modalidade de governação, idealizando BOLOS saborosos e fartos nos «Orçamentos do Estado», pintando-os de GORDOS, para satisfazerem todas as PROMESSAS dos candidatos a Ministros. A União Europeia, insinuante e satisfeita, animou a esperança na «pedra filosofal», adiantando quantias garantes da certeza na inovada maravilha política. A concórdia, entrou, resoluta, em todos os postos de Paz,
Os salários deixariam a submissão à «economia» e passariam a ser resolvidos pelo cofre da bondade humana, muito mais chegados às condições do desafogo económico de quem faz produzir.
Foi um dos mais ferrenhos defensores deste acto político, o sindicalista americano John Lewis - 1880-1969, na década de 1930.
Sem pretender dominar História, nem Economia, pesa-nos sugerir, que o critério atrás exposto, não se ajusta a solução pacífica e determinante.
O Produto Interno Bruto - é a soma dos valores transitados num País, no DEVE e no HAVER. Qualquer outro não incluído, pertencerá a diferente registo.
A Economia, como é sabido, aproveita o que está «à mão», para produzir «bens» de utilidade nas sociedades activas, distribui-os aos mercados absorventes, garantes do consumo e, com o lucro, suporta as despesas que lhe são atribuídas nos locais, onde se cruzam com as dificuldades. Neste modelo de paz social, são, normalmente, os salários os principais dirigentes, no circuito financeiro, conquanto dê mais aos já completados com mão-de-obra anterior e menos aos incompletos que pagam mais caro. São as «covas desastradas» nas finanças», vulgarmente baptizadas de DEPRESSÕES ECONÓMICAS.
Foi deste modo de interpretar promessas, além milagre, de melhoria social, a mudança eficiente dos recursos nos salários, maneira fácil de faltar à lógica, satisfazendo os contornos contabilísticos, mais os de iniciação emotiva.
Porque, em verdade, na NATUREZA NADA SE PERDE E NADA SE CRIA, na ciência de LAVOISIER, onde a «SOMA DAS MASSAS DOS REAGENTES É IGUAL À SOMA DAS MASSAS DOS PRODUTOS DA REACÇÃO, no planeta Terra. Prestando atenção às «máximas» do sábio francês, que o levaram à guilhotina em 8-V-1794, podemos actualizá-las nos desassossegos financeiros, pasmo das firmes opiniões do Homem, impávido na crença de que lhe basta pensar, para subir a cátedra de Mestre em todas as artes. Foi, por este andar aflito de soluções para os problemas das nossas sociedades de consumo que... mistério... também para o ateísta... a meio caminho da descrença, inesperadamente, do rol do impossível, se gerou a já desacreditada aprovação salarial para o custo e para a recompensa. Em acordos bilaterais, comissões políticas, aumentam os SALÁRIOS, para BEM-FAZER o «humano» trabalhador». Excelente finalidade. Mas... à revelia do composto «económico», que ficou tal como dantes. A economia, estacionou.
Até então, salários interligavam-se ao, realmente produzido, e os acrescentos no PIB aconteciam conforme a contagem verba a verba. A nova maneira de «fazer contas», porém, deixou e sempre deixará, o vazio da matéria//dinheiro. O valor económico, parou, apesar das importâncias movimentadas. Como algo tem de repor a diferença... entra o Estado nas despesas correntes... Mal não seria, se as «Depressões Económicas» não viessem a por feio, o que parecia magistral. Até próximo.

2 de novembro de 2010

Nº 239 SE NÃO FOSSEM RAPAZES .... O PAÌS ESTARIA EM 2010, COMO EM 1926? ... AFOGADO EM DÍVIDAS?

Nº 239
SE NÃO FOSSEM RAPAZES .... O PAÌS ESTARIA
EM 2010, COMO EM 1926? ... AFOGADO EM DÍVIDAS?
A situação administrativa, expulsa em 1974, poupada e cuidadosa
em manter o Tesouro Público com credibilidade interna e externa,
com a salvaguarda de 800 toneladas de ouro, não acreditaria em
prognóstico negativo, no espaço de 30, ou mais anos. Além de que o
critério anunciado, com vista ao futuro, tinha o fito de proporcionar o
avanço produtivo e técnico do País em todas as frentes do progresso, na
proporção das suas possibilidades. Tinha estabilidade e base económica.
O mau hábito de gesticular direitos no concreto e no abstracto
- epidemia mais tardia e mundial - não o estava a atacar o «virus» da
ajuda da União Europeia. De 1910, a 1974, cada Nação, contava consigo
própria, com o resultado da sua produção e do «tino» de a administrar.
Bem evidente, o pedido de empréstimo de 12 milhões de libras, à
Sociedade das Nações em 1927 e as garantias exigidas em 1928, a bulir
com a dignidade nacional.
Descrito na crónica nº 236.
Cremos - sem artes ou ciências - ser propósito da conspiração para
derrubar o Estado Novo, de corresponder à ânsia da rapaziada premiada
com o acaso da vitória, de desoprimir tudo o que constasse da velha e
cansada Monarquia, - prevendo, por eterno, não se verem livres dela -
passando ao menosprezo dos proclamadores da tão desejada República, em
excessivo entusiasmo ao acontecimento que parecia inatingível.
A sedução ao Tesouro Público, sobretudo, depois de 1823, era uma
obcecação dominante, mesmo adoentada dos ideais, em crescendo, na
ambição e partidarismos filosóficos.
A chegada, quase repentina, em 5 de Outubro de 1910 do
resplendor republicano, foi clarão a ofuscar as lutas teimosas do passado
e a entusiasmar a livre alteração ao que, até então tinha sido legalizado,
contra vontade dos agora DONOS e SENHORES, dos oitocentos anos
de História e do futuro, a assimilar doutrinas e moldar rentabilidades.
Longos discursos e festejos, desfraldaram velas do triunfo.
A troca de opiniões, cada vez mais acesa e imprudente, porém,
motivava a ousadia de gastar, sem previsões cautelares, o conteúdo do
Esqueceu-se o adágio da «panela mexida por muitos, a SOPA sai
insonsa ou salgada».
Depreciaram-se as situações políticas, que eram determinadas pelo
Homem Pecador. Tanto «perde a graça» num lado, como disparata no outro
No momento, - Monarquia tombada, prémio à República -
a primeira estava na «boca da cratera» e ver o magma incandescente,
enquanto a segunda, armava baile de supremacia para assistir, vangloriosa,
à queda da «Velha Senhora».
Nenhuma, porém, soçobrou ao calor descomedido do «vulcão»
As duas, aí estão, em conversa de «antigas conhecidas, tripulantes
do mesmo barco, a enfrentar o perigo dos maus consertos que lhe fizeram.
A culpa de ambas, tende a «morrer sem marca de compromisso». Mas
a ameaça de se afundarem, ondula na maré baixa das convulsões dos
temporais económicos. Os cais de desembarque, pouco a pouco se vão
despegando da solidez. O patriotismo, amolece, aos olhos da consciência.
O Estado deixa-se abastardar pelos seus servidores. Que futuro?
Voltando ao 28 de Maio de 1926 ~ do Estado Novo - e ao 28
de Maio de 1928 - da tomada de posse do Ministério das Finanças,
pelo Dr. Oliveira Salasar - logo se verificou, nesta última data,
alinhavo dos dinheiros do Povo e passados quatro anos - 1932 - a
confirmação do traçado correcto dos orçamentos de casa arrumada.
Mas como estamos a tratar processos de cura, via política, com
parentesco com o jogo de «bilhar», onde a triangulação serve de circuito à
moeda e o génio da tacada acerta na muge das compras, vendas e «abate»
de negócios e comerciantes, caminheiros das fortunas, permitimo-nos
somar Abril de 1974, fraquete ponto divisório da parte decimal, da
centésima, abstraindo o devaneio de milhares e milhões, acompanhados
do «propagandista», vermelho berrante dos cravos.
Do facto consumado, de 5 de Outubro de 1910, prometida
outra cortesia social, aos semelhantes - AGORA inteligentes quando
republicanos - à livre decretação de extinguir retratos, que fizessem
relembrar o antigo regime, o «Diário do Governo», imprimia artigos e mais
artigos, na esperança de apagar rosários de abusos.
De tanta azáfama e esmero, das NOVAS VIRTUDES, a estrada
desembocou em 1926, coalhada de engodo a ilusões, mas lucros destruídos
em fogo-fátuo. O País, resfolegava pobreza e admitia algo diferente,
capaz de evitar o descalabro. A BOA INTENÇÃO, não fora adequada ao
fim de nivelar as finanças públicas. O acontecido nesses 16 anos, apesar
da derrocada, não foi admitido pela ideologia, representando, contudo,
uma advertência evidente, à aventura de experimentação de psicologia
dogmática na governação de países, sobretudo, dos menos abastados.
Entrados no meio dos extremos 1926 a 1974, foi trabalho de
retempero das energias físicas e morais. O Povo suou as estopinhas para
normalizar o Tesouro Público, desarrumado de 1910 a 1926 e sob as
ameaças da Guerra Civil espanhola de 1936-1937 e da Segunda Grande
Guerra 1939-1945, a obrigar acréscimo de vigilância no então vasto
império português, onde se derramava a espionagem internacional,
constrangendo ao melhoramento da polícia de defesa do território, para
suster confusos arroubos de estrangeiros e... nacionais, enlevados no sol
moscovita. A nossa polícia cumpriu e poucas vezes se terá enganado a
deter apátridas e traidores.
Valeu o prestígio em que era tido o Dr. Oliveira Salazar, em todas as
nações do Mundo. Foi ele que evitou a entrada de Portugal na guerra.
Se nos não falha a memória, o Senhor Campbell, embaixador
inglês, dizia sentir respeito ao Homem da envergadura do Dr.
Salazar, se contentar com um ordenado muito inferior ao merecido.
A interpretação leviana de canavial ao sabor do vento, não o teria
Os beligerantes, não se comoviam, perante governos de contas
Do «marco» 1974, até princípios de 2010, a repetição aproximada
de 1910 a 1926. A lição de nada serviu... O País, injustamente, pagou
dívidas de rapazes e vai tornar a pagar outras semelhantes, da mesma
irmandade. Nada se alterou. Os rapazes, são assim...fazem as tropelias...
castigam-se as mãos... mas voltam segunda e mais vezes a teimar na
malícia. A Nação, inocente, está nas «lonas»...
A atitude prudente, deve ser o lema dos verdadeiros «Homens
de Estado». O arraial político, porém, na ambiência de modernidades e
trombones, não os distingue. A puerilidade, disfarça melhores vestimentas
Rapazes, tomam directrizes...que belzebu consideraria como
Por este apanhado de razões, o título desta crónica.
SE NÃO FOSSEM RAPAZES... em 1974, não seria possível
1) - A amputação das províncias ultramarinas, sem por em balança
negociações positivas, favoráveis a ambas as partes.
NOTAS: Diminuir o número de portugueses para menos
de metade - somente 10 milhões - foi causa principal da decadência da
indústria, nunca mais parada até este começo de 2010. Afora o acto amoral,
de serem portugueses a repelir portugueses e o corte abrupto na liberdade
de emprego em área nacional. Também a desqualificação da portugalidade,
colocada em «panela de barro», a ter de suportar os choques das «panelas
de ferro», das nações habitadas por quatro e mais vezes. Numa época em
que já se percebia a «globalidade» favorável ao número de habitantes.
Ou seja, o enfraquecimento cadenciado dos menos numerosos.
2) - A DÁDIVA, sem autorização legal, num «referendo justo» da
independência e mais 6 milhões de contos, das Províncias Portuguesas.
NOTAS: - DAR, é bonito no bem que pratica. Na política
administrativa, todavia, há muito para meditar. A independência de países,
entabulada entre fugitivos políticos, é maneira de fazer amigos pessoais...
não aponta os reais interesses, promissores do bem dos povos. Em 2009,
a Senhora Climton, Secretária de Estado dos Estados Unidos, deslocou-
se a Angola, a relembrar os direitos do Homem - de nascimento francês
em 1789 - amarfanhados naquele País, Angolanos, contra Angolanos.
Impreparação para usufruir independência a valer. Demonstra o contrário
do que, aos quatro «ventos» se quer fazer acreditar. E ainda, apresenta
a «marosca» e ausência de sentimentos e honestidade, dos negociadores.
DERAM o que hoje faz falta a portugueses. Até os 6 milhões contos, no
vazio cofre do Estado. Do nosso Estado.
Uma ninharia de uma ou duas centenas de pessoas, politizadas
para açambarcar farfalhudos e gordos empregos, DERAM o que não
lhes pertencia. Abuso de confiança. Segundo a Lei... no Código Penal...
Quantos milhares de desempregados, hoje, estariam a ganhar a
sua vida, se não fossem «rapazes», de idades várias, com a farfância de
homens, a decidir o «melhor» para Portugal?
Não faz, nem fará sentido, o argumento de ter de lutar para
reter as Províncias Ultramarinas. A Mocidade Portuguesa já combate em
territórios estrangeiros. No futuro, a obrigação virá a ser mais exigente e
alargada. E sem nada nosso. Até próximo.

13 de setembro de 2010

Nº 238 A RIQUEZA, VAGUEIA EM «MINA» INCERTA... E NO SONHO DO IDEAL ERRANTE...

O «lugar político», que não a capacidade de gestão de patrimónios
privados ou públicos, administra as múltiplas funções dos Estados.
E, autoritariamente, para mais cobrir a inabilidade, insiste em ser a
competência (que a não tem), devidamente formada em Universidades
apetrechadas de apoios modernos e preparados, para o exercício da
autoridade, encaminhar o ensino.
Donde se deduz, que quem manda não é o saber... mas, o «lugar»,
conquanto estes - o lugar e o saber - requeiram o diploma da praxe.
A coexistência, da riqueza no sonho, na baixada à penúria, na
reacção à dignidade, cria no Humano, força resistente, à tomada de
posição em todas as circunstâncias surgidas durante as qualificações na
lonjura da vida. É esta reunião de antagonismos, aparecidos de rompante,
nem dando tempo de escape, preferência ou pensamento, que vacinam
as características psicológicas, a aceitar as inconstâncias nos agitados
momentos de viragem da sorte ou do embuste da ideia para com a definida
realidade. A sujeição àquelas verdadeiras esparrelas, durante a existência,
marcam etapas passageiras ou fazem paragens a experimentar o saber.
Se temos de admitir, o ditado de: - «adivinhar é proibido»,
estoutro, também merece a mesma atenção: - São perigosos, fósforos na
mão de rapazes.
O actual perigo que corre a situação financeira e económica de
Portugal, encerra aqueles dois provérbios, presentemente, activos, como se
ainda estivessem a atravessar a juvenilidade.
Os acriançados ideais permitidos por lei, interventores do «período
histórico», de 1974, até este mexeriqueiro, «fala barato», intriguista,
fomentador de arruaças e decretos simultâneos, Século XXI, deram o
resultado ao seu alcance - preadivinhar a agonia de chegar a moribundo.
O qualificativo de RAPAZ ou RAPAZES, por nós aplicado,
não pretende inferiorizar quem, porventura, se adiante a considerar-
se «envolvido» neste texto. Não pretende «ofender». Mas, parece - nos,
pertinente, reabrir a memória, aos não sensíveis a atravessar a variável
faculdade da razão, se desenvolver, até à madureza de adulto. Quantos não
conseguem romper a «barreira da adolescência», para completar a fase do
conhecimento e chegar à razão?... Quanta imensidade, atrás da meta de
ser «pessoa adulta»?...
Assim, se os «rapazes» combinados para a sedição de 1974,
Adivinhassem, os maus tratos tolerados pela gente ordeira, vítimas do fogo
atiçado, para alcançarem
do «ordenado mensal», cremos, não repetiriam trazer à rua armas de fogo,
da forma leviana como o fizeram.
O desconhecimento, quase intolerante, do que expressava
e... «revela», a ECONOMIA, sentindo a sua presença, somente no lar,
fê-los entregar o «testemunho» na condução do reviralho, ao almirante
Rosa Coutinho e camarada A. Cunhal, como consta da «carta de ordens»,
ou ofício, escrito e assinado por aquele, e transcrita nas nossas crónicas
números 57, 172 e outras.
Ainda hoje, ECONOMIA, dá que pensar a quem governa, porém,
vagueando, deixando-se subalternizar à política do voto. Canta alto e
sonora aos ouvidos, todavia, defraudada do diapasão normal. «Vale o
que vale», mas para simular inviolabilidade, não reage à política que
lhe fez perder valor. Empertigou-se, para «tapar buracos, às ameaças dos
funcionários, servidores atentos e obrigados ao cumprimento de promessas.
Transformou-se em pagadora das extravagâncias das candidaturas à
elevação de cargos e profissões...
Por tais desvios, afastados do que é natural, contudo, aceites como
reguladores para bem da paz e das leis, retira, em teoria, a hipótese de
voltarem às nocivas e batoteiras, DEPRESSÕES ECONÓMICAS.
Se O HOMEM «bem colocado» PENSA, outro Homem, nobre
ou plebeu, inteligente ou de mediana esperteza, não o pode contradizer...
Liberdade contraditória.
Nós, também já assim, pensámos. Pelo que não estamos a
descrever acusações ou entremeados em inventos a cargos ou pessoas.
Preferimos as «falas» sapientes da História. Voltemos à compilada pelo
Dr. Damião Peres, pág. 447, donde reproduzimos alguma palavras, na
tomada de posse da pasta das Finanças, do Dr. Oliveira Salazar, em 28 de
Abril de 1928, ao então Presidente do Ministério, José Vicente de Freitas:
- Agradeço a V. Excia o convite que me fez para sobraçar a pasta
das Finanças, firmado no voto unânime do Conselho de Ministros,
e as palavras amáveis que me dirigiu. Não tem que agradecer-me ter
aceitado o encargo, porque representa para mim tão grande sacrifício
que por favor ou amabilidade o não faria a ninguém. Faço-o ao meu
País como dever de consciência, friamente, serenamente cumprido.
No discurso de 9 de Junho de 1928, perante a oficialidade da
guarnição, comparou os sofrimentos económicos: - Mas não tenhamos
ilusões; as reduções de serviços e despesas, importam restrições na
vida privada, sofrimentos, portanto. Teremos de sofrer em vencimentos
diminuidos, em aumentos de impostos, em carestia da vida. É a ascensão
dolorosa dum calvário. Repito: é a ascensão dolorosa dum calvário. No
cimo, podem morrer os homens, mas redimem-se as pátrias.
E, mais abaixo numa entrevista ao Século, em 31 de Julho: - Para
poder, basta querer; Para querer basta SABER QUE PODE: a MAIOR
PARTE DA VIDA ECONÓMICA, REPOUSA SOBRE UM ACTO DE
FÉ..............................................
APRESENTAM-SE AO PAÍS OS SACRIFÍCIOS QUE SE LHE
EXIGEM, AS PERSPECTIVAS QUE SE NOS ABREM DIANTE DOS
OLHOS PARA A PROGRESSIVA REALIZAÇÃO DO PROGRAMA
GOVERNATIVO, PARA AS POSSIBILIDADES INTERESSANTES
DE RESSURGIMENTO E DE PROGRESSO NACIONAL.
ACONSELHAMOS: - OPTIMISMO? PESSIMISMO? APENAS FÉ!
Eis o retrato, ao natural, da situação económica e financeira de
Portugal, em 1928, com as semelhanças evidentes em 2010. E a sinceridade
do Prof. SALASAR, ao dirigir-se ao Povo. Quão diferente... o « sabe,
mas... não sabe», de hoje... Tremelicanço...
A página 454, da referida História de Portugal e trechos da 455,
Em 31 de Julho, pela primeira vez, depois de quinze anos de
orçamentos deficitários - desde os tempos em que, sob a gestão financeira
de Afonso Costa, a previsão de despesas se situara em nível inferior à das
receitas - voltou o País a ver publicado um «superavit» orçamental, este
de 1.577 contos, resultante da diferença entre o previsto montante das
receitas ordinárias e extraordinárias, 1.919.388 contos e o das despesas
dessas duas categorias, 1.917.811 contos.
Caro Leitor: - De repente, um circuito informativo, abala a nossa
caixa do juízo. Não é que o Senhor Alexandre Graham BELL, 1847 -
1922, falecido seis antes dos principais acontecimentos acima descritos,
montou o seu invento, de 1876 - o telefone - no meu toutiço e me oportuna
com perguntas indiscretas, não agradáveis - ACTUALMENTE - mas
obrigatórias a respostas LIVRES. O inventor insiste no nosso parecer...,
gritando, desalmadamente, enquanto revoluteamos para o não dar...
e repete: - Terão sido os HOMENS FORTES de 1928, mais sensatos
e «honestos», expondo a VERDADE para vencer as graves circunstâncias,
ao POVO resignado, do que estes de 2010, ciosos de resguardarem as suas
próprias culpas, na VANIDADE do já passado, embora não possam evitar
as custas futuras, excedentes do valor real, ao mesmo PAGADOR... sempre
ELE, das promessas encantadas dos governantes? Poderá comparar-se a
RESPEITABILIDADE de 1928, com os RESTOS DA COMIDA, de 2010
e as dívidas - essas sim - na «engorda», a prometer apoplexia da Nação?
E lá vêm mais perguntas: - Se em 1974, estivesse ao alcance
dos conjurados no reviralho, o presságio, HOJE, à vista de nacionais
e estrangeiros, incluindo os nossos credores, teriam eles a ousadia de
desmantelar uma organização pacífica, como era Portugal, respeitada
em todo o Mundo, voltando-a do avesso, a fingir progresso, mas
ultrapassando as raias da civilidade, que levou milhares de anos a «limar»?
Se não fossem RAPAZES, os iniciadores do movimento «armado»,
Homens Sérios e Sabedores, teriam dado azo a serem colocados
na «prateleira profissional», confortados com as promoções aos postos
Se não se tivessem reunido RAPAZES, para pedir aumento
de «SALÁRIO», facilmente ludibriados, por mentes niveladas a igual
estado de espírito, constaria na renovada Constituição da República, a
cláusula de cada lar português possuir casa própria, perfumada a «higiene»
no trabalho e ao louro da vitória ideológica?
Mais uma caterva de «SES», se empina a ocupar destaque. Mas, o
espaço terminou.
Até próximo.