Para Ti, Papá Basílio, 30 dias depois de nos deixares….
Querido Papá
Partiste muito depressa!
Na semana do Natal ao Ano Novo, deixaste de te alimentar, não sabíamos mais o que fazer por ti, até que resolvemos recorrer ao hospital para que tivesses melhoras…, mas tal não aconteceu. “Estavas velhinho”, e os teus 91 anos não te quiseram rejuvenescer. Partiste então sereno, e o teu coração foi-se apagando como se de uma velinha se tratasse. Foi então que em segredo e entre outras coisas, pedi-te para abraçares a Mamã e agora juntos, olhem pela família que construíram e que já têm muitas saudades a dobrar.
Quando a Mamã partiu, ficaste comigo, e confesso que tive algum receio, era-me impossível substituir a grande pessoa que era a tua mulher, mas iria proporcionar-te sempre conforto e bem estar.
Com a vida profissional que eu tenho, dizias sempre que primeiro era a obrigação, e depois a devoção, mas acho que soube cumprir bem o meu dever.
Também foi muito bom a tua total disponibilidade para aprenderes a usar o microondas, a arrumação das roupas, e todos os dias nos ponhas a mesa, com tudo direitinho, mas engraçado, esquecias-te sempre dos guardanapos, e era sempre uma risota ao início de cada refeição.
Tenho e certeza que te custou todos estes hábitos novos, pois a Mamã apaparicou-te 49 anos com mimos, e com verdade eu não tive outra alternativa senão pedir a tua ajuda.
Mas, como estamos todos nas mãos de Deus, os teus últimos 3 anos de vida foram muito mimados. Por motivos da minha saúde foste para as casas das outras tuas duas meninas, onde lá, além do conforto e bem estar, não te faltaram os tais mimos, pois as duas herdaram os dotes culinários da Mamã.
Tiveste uma vida com qualidade, sempre autónomo e consciente até ao fim. Nunca me deste trabalho com a tua saúde e as vezes que eu é que ficava doente, tentava disfarçar, para que não te preocupasses comigo.
Tiveste a alegria de teres visto crescer, três netos, duas netas e ainda a alegria imensa de teres visto e dado colo aos teus dois bisnetos, rapazes, que tu tanto gostavas, pois só tiveste 3 filhas.
Foste um Pai dedicado, muito exigente e rigoroso, ao contrário da Mamã, muito meiga, amiga e generosa, enfim, quero dizer que adorei ter-vos aos dois como Pais, pois hoje eu sou o reflexo, com muito orgulho, da educação que me deram, cheia de valores.
Papá, é a primeira vez na minha vida que te estou a tratar por “tu”, desculpa, mas é muito mais fácil e muito do meu feitio ser prática e objectiva, até a escrever. E ainda uma coisa muito importante, foste a única pessoa que até hoje e todos os dias me chamavas pelo meu verdadeiro nome,” Maria Beatriz”.
Já lá vão 30 dias, mas nunca vais sair do meu pensamento e acredita, a tua falta… está a fazer-me “Muita Falta”! Mas a recompensa da tua “Falta” faz-me feliz, acredito que foste para melhor, e escolheste partir na data que mais gosto e tem sido sempre o meu dia preferido, o meu dia de sorte, o dia 13.
Foste uma perda imensa no mundo dos livros e da sabedoria. Escreveste um livro, tinhas um blog e na internet navegavas como qualquer jovem. Também escreveste um livro sobre as Músicas do teu irmão, Sr. Tenente Francisco José Dias e outro livro sobre o Cedro do Mato pelo teu irmão, Manuel José Dias Jr. Tudo isto foi reconhecido pelos teus amigos, que nos acompanharam até agora, com pesar.
E nunca mais acabava de falar sobre ti, Papá….
Até um dia…
A filha que gosta muito de ti,
Maria Beatriz
Partiste muito depressa!
Na semana do Natal ao Ano Novo, deixaste de te alimentar, não sabíamos mais o que fazer por ti, até que resolvemos recorrer ao hospital para que tivesses melhoras…, mas tal não aconteceu. “Estavas velhinho”, e os teus 91 anos não te quiseram rejuvenescer. Partiste então sereno, e o teu coração foi-se apagando como se de uma velinha se tratasse. Foi então que em segredo e entre outras coisas, pedi-te para abraçares a Mamã e agora juntos, olhem pela família que construíram e que já têm muitas saudades a dobrar.
Quando a Mamã partiu, ficaste comigo, e confesso que tive algum receio, era-me impossível substituir a grande pessoa que era a tua mulher, mas iria proporcionar-te sempre conforto e bem estar.
Com a vida profissional que eu tenho, dizias sempre que primeiro era a obrigação, e depois a devoção, mas acho que soube cumprir bem o meu dever.
Também foi muito bom a tua total disponibilidade para aprenderes a usar o microondas, a arrumação das roupas, e todos os dias nos ponhas a mesa, com tudo direitinho, mas engraçado, esquecias-te sempre dos guardanapos, e era sempre uma risota ao início de cada refeição.
Tenho e certeza que te custou todos estes hábitos novos, pois a Mamã apaparicou-te 49 anos com mimos, e com verdade eu não tive outra alternativa senão pedir a tua ajuda.
Mas, como estamos todos nas mãos de Deus, os teus últimos 3 anos de vida foram muito mimados. Por motivos da minha saúde foste para as casas das outras tuas duas meninas, onde lá, além do conforto e bem estar, não te faltaram os tais mimos, pois as duas herdaram os dotes culinários da Mamã.
Tiveste uma vida com qualidade, sempre autónomo e consciente até ao fim. Nunca me deste trabalho com a tua saúde e as vezes que eu é que ficava doente, tentava disfarçar, para que não te preocupasses comigo.
Tiveste a alegria de teres visto crescer, três netos, duas netas e ainda a alegria imensa de teres visto e dado colo aos teus dois bisnetos, rapazes, que tu tanto gostavas, pois só tiveste 3 filhas.
Foste um Pai dedicado, muito exigente e rigoroso, ao contrário da Mamã, muito meiga, amiga e generosa, enfim, quero dizer que adorei ter-vos aos dois como Pais, pois hoje eu sou o reflexo, com muito orgulho, da educação que me deram, cheia de valores.
Papá, é a primeira vez na minha vida que te estou a tratar por “tu”, desculpa, mas é muito mais fácil e muito do meu feitio ser prática e objectiva, até a escrever. E ainda uma coisa muito importante, foste a única pessoa que até hoje e todos os dias me chamavas pelo meu verdadeiro nome,” Maria Beatriz”.
Já lá vão 30 dias, mas nunca vais sair do meu pensamento e acredita, a tua falta… está a fazer-me “Muita Falta”! Mas a recompensa da tua “Falta” faz-me feliz, acredito que foste para melhor, e escolheste partir na data que mais gosto e tem sido sempre o meu dia preferido, o meu dia de sorte, o dia 13.
Foste uma perda imensa no mundo dos livros e da sabedoria. Escreveste um livro, tinhas um blog e na internet navegavas como qualquer jovem. Também escreveste um livro sobre as Músicas do teu irmão, Sr. Tenente Francisco José Dias e outro livro sobre o Cedro do Mato pelo teu irmão, Manuel José Dias Jr. Tudo isto foi reconhecido pelos teus amigos, que nos acompanharam até agora, com pesar.
E nunca mais acabava de falar sobre ti, Papá….
Até um dia…
A filha que gosta muito de ti,
Maria Beatriz


